terça-feira, 24 de novembro de 2009

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento
exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

(Carlos Drummond de Andrade)

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