segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

TODA A POESIA É LUMINOSA

Toda a poesia é luminosa, até
a mais obscura.
O leitor é que tem às vezes,
em lugar de sol, nevoeiro dentro de si.
E o nevoeiro nunca deixa ver claro.
Se regressar
outra vez e outra vez
e outra vez
a essas sílabas acesas
ficará cego de tanta claridade.


Eugénio de Andrade, in Os Sulcos da Sede

Sem comentários: