Há anos... piores do que outros.
Está nesse caso o de 1973.
Golpe fascista no Chile -
assassinato de Bento Gonçalves no Campo de Concentração do Tarrafal.
Hoje é a vez de assinalar a passagem do 35º aniversário das mortes de três Pablos, todos figuras maiores da arte e da cultura mundiais, todos homens que puseram a sua arte e o seu génio ao serviço das mais nobres causas humanas, todos desaparecidos nesse «ano assassino de 1973»:
Pablo Picasso, em 8 de Abril.
Pablo Neruda, em 23 de Setembro
Pablo Casals, em 22 de Outubro.
Por isso, aqui fica esta«BREVE CONSIDERAÇÃO À MARGEM DO ANO ASSASSINO DE 1973»que Vinicius escreveu e leu num espectáculo memorável realizado em Dezembro desse ano:
Que ano mais sem critério
esse de setenta e três...
Levou para o cemitério
três Pablos de uma só vez.
Três Pablões, não três pablinhos
no tempo como no espaço
Pablos de muitos caminhos
Neruda, Casal, Picasso.
Três Pablos que se empenharam
contra o fascismo espanhol
Três Pablos que muito amaram
Três Pablos cheios de sol
Um trio de imensos Pablos
em génio e demonstração
feita de engenho, trabalho,
pincel, arco e escrita à mão.
Três publicíssimos Pablos:
Picasso, Casal, Neruda
Três Pablos de muita agenda
Três Pablos de muita ajuda.
Três líderes cuja morte
o mundo inteiro sentiu...
Ó ano triste e sem sorte:
Vá prá puta que o pariu.
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