Quando a África incha seus músculos de sangue & secura
Não há Sahel que não queime
No coração da noite
A sua salina de solidão
Não há boca Que não chova a sua gota de corpo & alma
Nem gota
De água doce Que não seja
Um espaço! para amar & habitar
Por vezes! o relâmpago
Escreve coisas vivas na boca do arquipélago
E as ilhas soerguem-se
pelo arquipélago das patas
E vão
De cratera em cratera
Erguer
na boca das sementes
A força contida dos vulcões
Homem! deus é grande entre duas ilhas
Se baleias emergem da gota do teu rosto
Na Ilha! a cicatriz de deus é grande
Mas a ferida do homem é maior
Canção! no arbusto da viola
Que chove
A lírica de deus é grande
Mas a música do homem é maior
Mulher! quando o céu da tua boca
Arrasta o corpo da terra
Até à goela da água longínqua
A febre conta no arco-íris
Da carne que sangra
A montanha roída dos dentes...
E da cicatriz da mão
brotam raízes
Que vicejam a memória dos séculos
Corsino Fortes
Sem comentários:
Enviar um comentário